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Por Rogério Lagos
Minha avó diria que a chapa esquentou. Minha mãe, por sua vez, que o bicho pegou. Os mais nerds, em alusão à sociologia, afirmariam que o circo pegou fogo. Porém, o termo mais usado hoje, graças aos memes da internet, é que a porra ficou séria em The Walking Dead. O nome do episódio, “Home”, já sugeria algo do tipo para os telespectadores mais atentos, tendo em vista uma eventual retaliação da turma do Show de Truman. Entretanto a armadilha traçada pelo Governador foi mais sádica do que o esperado, provando que o quarto do Andy não é tão seguro assim. Tudo isso fruto de uma trama genial que ultimamente temos o prazer de ver em poucas séries, infelizmente.
Aliás, justamente sobre a trama, é que paira a crítica de muitos sobre TWD. Alguns dizem que os episódios são “parados” e que ação mesmo só nos minutos finais. Sim, é verdade. Eu mesmo acho isso. Porém, vamos raciocinar um pouco. Imaginem um viajante a pé. Este homem precisa andar de São Paulo até o Rio de Janeiro. Será que ele iria direto, sem parar? Claro que não. Com certeza ele precisa parar para se alimentar e descansar, no intuito de ficar forte e nutrido o suficiente para completar a sua viagem. De maneira similar, TWD precisa desses momentos parados. Esses momentos são responsáveis pela nutrição da história. É o momento em que vemos a construção dos personagens e novas tramas e resoluções surgindo a cada instante, mesmo em um ritmo lento.
Como disse na review anterior, TWD é um grande espelho da vida real, no qual todos nós somos como Rick, Carl, Maggie, Glenn, lutando contra os zumbis da vida, que se apresentam a nós nas mais variadas formas de problemas e que, invariavelmente, alteram a nossa personalidade, seja nos tornando pessoas mais maduras, seja nos derrubando em depressão. Alguns até mesmo piram com os problemas e se tornam problemas. E não adianta quantos zumbis matamos, eles estão sempre aí.
Voltando para o ambiente da série, o Governador realmente não deixaria barato a invasão de Woodbury. Estratégico, manipula Andrea com aquela balela de liderança só para conseguir visitar a prisão numa boa. Já no quarto do Andy, Glenn se mostra cada vez mais obsessivo e pseudo-machão, o que é compreensível, mesmo que às vezes pareça um pouco forçado. O xerife Woody, por sua vez, intensifica as suas alucinações com Lori, a ponto de se deixar levar por completo. No meio do mato, Daryl e Merle têm uma DR após salvarem um grupo desconhecido e o irmão mais novo – ainda com sua humanidade aflorada –, decide voltar para a turma de Ricky.
O ápice do episódio – quando a porra ficou séria –, em meio à morte de Alex (sim, dessa vez lembrei o nome do prisioneiro, mesmo que tarde demais...) e o belo susto de Rick, serviu para aproximar Michonne e Merle definitivamente do grupo principal. Por terem ajudado a salvar sua vida, será que Woody irá aceitara dupla no grupo? Michonne eu acho mais fácil de ser aceita, mas e quanto ao Merle? O que o chinês-coreano vai achar disso tudo? E a turma do Tyrese, será que se juntará ao grupo? Meu palpite é que sim, até porque o grupo principal está muito enxuto e sabemos que as mortes são inevitáveis em TWD. Precisamos de gente disponível para virar ração de zumbi e os roteiristas já estavam ficando sem opções fora dos personagens principais.
Aguardamos, então, ansiosos o próximo episódio de uma das melhores séries da era Pós-Lost.
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